Fragmentos da História

Fragmentos da História - Guitarras Brasileiras Vintage

Coluna iniciada em 25.02.17, a princípio publicada diariamente e a partir de 06.03.17, semanalmente, toda  segunda feira na página do Facebook - Roberto Guitarras Vintage e compartilhada no grupo Facebook - Guitarras Brasileiras Vintage.
Nesta página todas as publicações até a presente data.

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GUITARRAS ROCKET PURIST

A fabrica de microfones e captadores Purist se chamava REZVA, estabelecida em Itu-SP. 

Além dos microfones e captadores, fabricou Guitarras entre os anos 1967 a 1968. 
O modelo Rocket foi o último a ser produzido, entre final de 68 e início de 69, quando a empresa encerrou atividades e fechou.
Eram guitarras de construção bastante inusitada e tosca, o escudo por exemplo era de papelão revestido por uma fina lamina plástica.
Numa época em que todos queriam ter uma guitarra, e a maneira mais barata era fazer uma. Sabe-se que até "Os Incríveis" estiveram na fabrica REZVA comprando captadores.
Os captadores Purist foram usados pela Giannini em alguns dos primeiros modelos Ritmo e a Snake também usou em alguns dos primeiros modelos semi-acústicos.


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Muitos imaginam que as guitarras e contrabaixos SONIC II lançadas pela Giannini na década de 60, cujo contorno do corpo é bem diferenciado do usual na época, quando a grande maioria acompanhavam os contornos dos modelos Fender Jazzmaster/Jaguar; se tratasse de uma criação própria. Ledo engano, as linhas foram copiadas de uma guitarra da marca Hagstrom. Conservadas as linhas de contorno do corpo e a posição do control plate, criaram um novo escudo, onde até foram felizes, já que o conjunto final se harmonizou.
A Hagstrom é uma marca sueca que surgiu em 1925 e inicialmente fabricavam acordeões. As peças eram originalmente provenientes da Alemanha e Itália até a abertura de sua própria linha de produção em 1932. Em 1958 e que teve grande repercussão com o lançamento de suas primeiras guitarras

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AS ORIGENS – GIANNINI e DI GIORGIO
Tranquillo Giannini chegado ao Brasil em 1890, não se pode afirmar se, ainda adolescente, já se havia iniciado no ramo da luthieria, mas com grande habilidade no trato com a madeira era capaz de construir tanto móveis como peças mais complexas, como carros alegóricos, por exemplo. Um dia apareceu um músico pedindo que ele consertasse seu violão “Se eu fizer um violão vai ser melhor do que este” gabou-se Tranquilo “Pois eu duvido” rebateu o músico. O desafio, há quem diga, é que teria precipitado o jovem imigrante em seu ofício de luthier. Pôs-se a fazer violões cada vez mais elogiados, até que a demanda crescente o levou a criar, em 1900, a fábrica de instrumentos de cordas Tranquillo Giannini na Av. São João, 84, no centro de São Paulo.

Rosina Di Giorgio, viúva, que também imigrou para o Brasil no final do século XIX, encontrou trabalho, como contadora, na recém-inaugurada Fábrica de Tranquillo, com quem acabou se casando. Nessa época, Rosina mandou buscar seus três filhos que haviam ficado em Roma na Itália. Nas pegadas da mãe, Romeo. Anselmo e Giulio também trabalharam na Giannini, sendo que os dois últimos fizeram ali uma carreira longa e vieram até a ser sócios da empresa. Mais tarde Romulo, filho de Giulio, também entrou na Giannini, permanecendo lá por 62 anos até seu falecimento.

Romeo que tinha como ideal produzir “violões finos para concertistas”, o que fugia aos objetivos de Tranquillo, na época voltado para a fabricação de violões populares, desligou-se e foi bater à porta de Lourenço Fritelli, luthier italiano dos mais reputados na São Paulo da época. Romeo ali entrou como aprendiz, mas não demorou a adquirir autonomia, e em 1908, aos vinte anos se estabelecia com o próprio atelier. Estava fundada a Di Giorgio na Rua Quintino Bocaiúva, 36, no centro de São Paulo, inicialmente produzindo violinos bandolins e eventualmente violões.




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A verdade sobre o nome das Guitarras e Baixos Giannini Apollo.
Existe uma lenda que diz terem sido esses instrumentos criados e lançados pela Giannini, em homenagem ao multi instrumentista “Poly” - Ângelo Apolônio. 

Alguns até citam o LP “Moendo Café” do mesmo Poly lançado em 1967. onde existe a foto de uma guitarra Apollo, o que no caso justificaria a tal homenagem. Esta já seria a segunda versão do LP, visto que a primeira versão foi lançada em 1961 e não havia foto de guitarra na capa Essa citação até já apareceu em livros editados sobre Guitarras, constando como verídica até no site da Wikipédia. o que é lamentável.

É evidente que isso não procede, o que pode ser verificado facilmente. Basta atentar para o fato de que além da Apollo, praticamente na mesma época a Giannini lançou a linha de Guitarras e Baixos Gemini, constantes do folheto com a famosa foto de toda a linha nas pedras de uma praia.

Tanto Apollo quanto Gemini são uma nítida alusão aos projetos Gemini e Apollo da NASA que duraram de 1961 a 1972, conhecida como corrida espacial, visando levar o home a Lua, o que acabou acontecendo em 20.07.1969.

Portanto nessa linha de Guitarras e Baixos, o nome Apollo nada tem a ver com o Poly, que foi simplesmente um usuário do modelo, e que talvez até possa ter recebido uma guitarra Apollo como cortesia da Giannini, visto que se tratava de um músico instrumentista de muito sucesso nessa época.



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Murilo Luthier contando a história e o envolvimento de sua família com os instrumentos musicais desde 1921, passando por Rei dos Violões, Giannini, Atlas e Violões Fiesta. O avô Sr.Ulisses, o Pai Sr.Guaracy, ele Murilo e agora seu filho.




13.03.2017
O QUE É VINTAGE?
o que você tem a acrescentar ou a esclarecer sobre isto?

É um bom tema para debate!

“Vintage” é um termo que adquiriu um novo significado para além do seu uso original. 

O termo é uma combinação de Vint (da videira) e idade (hora de criação). Este termo é usado na indústria do vinho para indicar data de colheita de um vinho. O uso de "vintage" foi modificado por colecionadores para significar velho, como um Carro Antigo, ou Vintage Clothing. Esta extensão do significado é usada na terminologia guitarra para significar "uma guitarra original, mais velha." A nível mundial a maioria das guitarras tem valor colecionável de meados dos anos 1930 a 1970. Guitarras anteriores à década de 1930 são muito primitivas em design para a maioria dos colecionadores, e guitarras posteriores a 1970, mesmo com mais de 40 anos de idade, têm pouco apelo colecionável. Já no Brasil datamos a partir dos anos 1950 até os anos 1980. Todos os fabricantes de guitarras americanas estavam em apuros durante a década de 1970 e quase todos eles foram comprados por conglomerados maiores com o intuito de produzir guitarras tão rapidamente quanto possível, e a sua qualidade e escolha de materiais tornou-se sub-padrão. Já no Brasil a partir da década de 80 novas empresa e até as já mais tradicionais também lançaram inúmeros modelos de guitarras com nível de qualidade bastante duvidoso culminando com a invasão chinesa após a abertura do mercado


06.03.2017
OS PRIMEIROS INSTRUMENTOS BRASILEIROS NA EUROPA
1966 Roberto Carlos. Bruno Pasqual e Déde, o RC3 embarcando para uma série de apresentações em Portugal. Na bagagem levaram uma Guitarra Giannini Supersonic, um Contrabaixo Giannini Sonic e dois amplificadores Phelpa, sem dúvida os primeiros instrumentos brasileiros desses tipos na Europa. 

No vídeo abaixo Roberto Carlos canta “História de um Homem Mau” num programa na RTP

Será que algum desses instrumentos esta entre nós? Dá uma checada nos seus, veja se não tem lá dentro alguma lasquinha de bacalhau. Rsrsrsrsrs
Créditos das imagens: Brunno Pasqual

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04.03.2017



03.03.2017
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02.03.2017

GUITARRAS SANK – “A HISTÓRIA CERTA”
Somente agora consegui com um sobrinho do fundador, a história correta sobre a fabricação dessa marca de guitarra, que até então esteve meio nebulosa.
Tive até uma informação anterior que usavam mão de obra dos internos do presidio de Charqueadas-RS, fato que já havia apurado não proceder, e que foi confirmado agora por esta pessoa, ou seja, isso nunca ocorreu.
Vamos lá: nome do fundador da Sank é O Sr. Gleni, e pasme ele é irmão do Sr. Adã
o da Milsons.
A Fábrica foi fundada nos anos 60 e tinha suas atividades na Rua Ângelo Barcelos, Bairro São José, Porto Alegre – RS em um anexo de sua própria residência. Como a especialidade do Sr. Gleni era a eletrônica, alias todos seus irmãos mexiam com isso, iniciou produzindo os amplificadores valvulados SANK.
Como o passar do tempo resolveu também entrar na construção de guitarras e para tanto contratou, o Luthier Zé das guitarras, já falecido, e que anteriormente havia trabalhado no início da Luffing de Porto Alegre. O Sr. Gleni além de supervisionar tudo se concentrava na sua área, a construção dos amplificadores valvulados SANK.
Produziu guitarras bem inusitadas, com o corpo em aglomerado e revestimento em courino.
Braço todo em marfim ou com escala em jacarandá.
Algumas peças eram de produção própria, tais como o cavalete sendo que supria as demais peças com o que o mercado oferecesse no momento da construção ou talvez pela opção do cliente.
Nas décadas de 60-70, no Sul do Brasil, a Sank juntamente com as marcas Milsons e Sonelli dominavam os mercados locais com guitarras e amplificadores.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro a Giannini imperava sem até conseguir atender a demanda, o que abriu a brecha para entrada das fábricas do Sul já estabelecidas nos ramos musical e eletrônico como as citadas, para fabricar guitarras, contrabaixos e amplificadores.

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01.03.2017

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Numero 04 - 28.02.17
Voce sabia?
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Você sabia?
Que Vitório Quintillio, o Seu Vitório foi o primeiro no Brasil a fabricar captadores para guitarras e contrabaixo em escala comercial? 
Do início até a metade da década de 60, todos os fabricantes de guitarras, sem exceção, dependiam dele para ter os famosos captadores sextavados de alnico, ”os bicudinhos” brancos ou pretos, com polos ou barrinhas, para assim conseguir colocar seus instrumentos no mercado.
Apesar da boa vontade peculiar do Seu Vitório em atender a todos, sua empresa a Capsom, não tinha como fazer frente a enorme demanda do mercado na época.
Estávamos em plena Jovem Guarda e a febre do iê-iê-iê dominava a juventude que queria formar seus conjuntos musicais e ter suas guitarras e contrabaixos elétricos.
Foi assim que a Malagoli, também dependente da Capsom para ter os captadores em suas guitarras Sound, decide iniciar a produção dos próprios captadores, passando a fabricar também para o Sr. Abel da Tonante, que por ter o mesmo problema em suprir sua produção, foi um grande incentivador nessa empreitada, vindo a ser o primeiro e principal cliente da Malagoli, até passar também a produzir seus próprios captadores.
Nesse embalo outros fabricantes como Giannini e Snake, a partir daí também iniciam a produção dos próprios captadores.
Doravante os novos fabricantes que surgiram, já iniciaram sua produção com os próprios captadores, como Milsons, Sonelli, Celio, Begher, Finch, etc.



Numero 03 - 27.02.17
GIannini - O Início
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Número 02 - 26.02.17
Meus Primeiros passos com as Guitarras

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Numero 01 - 25.02.17
Falando em Carnaval - Você sabia?
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